RESUMO
Um teste sensorial preciso necessita de uma compreensäo clara sobre os objetivos, e tanto o pesquisador como os indivíduos submetidos à análise devem se expressar sem ambigüidades. O propósito deste trabalho foi avaliar a sensibilidade do teste afetivo que emprega a escala hedônica facial de 7 pontos para pré-escolares, por meio de estudo de validaçäo. O protocolo foi aprovado pelo Comitê de Ética da Faculdade de Ciências Médicas da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Foram estudadas crianças da faixa etária de 4 a 6 anos, de ambos os sexos, pertencentes a dois estratos sociais: escolares da rede pública de regiöes carentes do município de Campinas, SP, e escolares da rede particular. Ambos os grupos provaram um alimento referência de bom sabor, e outro de sabor diferenciado, destinado a provocar insatisfaçäo. Os julgamentos foram confrontados com a medida de aceitaçäo, obtida por meio da pesagem do resto. A associaçäo entre as variáveis qualitativas foi estimada pelo teste de Fisher. O alimento de bom sabor foi rejeitado por 10,81 por cento e 8,11 por cento dos escolares carentes e näo-carentes, respectivamente, e o de sabor diferenciado, por 64,39 por cento e 67,65 por cento dos mesmos grupos. A análise dos resultados mostrou näo haver associaçäo entre as variáveis aceitaçäo e registro do grau de satisfaçäo (p>0,100), exceto para o grupo de baixo poder aquisitivo, em relaçäo ao alimento de sabor diferenciado (p=0,005). Concluiu-se que o alimento de sabor diferenciado foi reconhecido como insatisfatório, o poder aquisitivo näo influenciou a aceitaçäo dos alimentos e o teste de escala hedônica facial de 7 pontos empregado näo foi sensível para medir a satisfaçäo de pré-escolares.
